domingo, 18 de agosto de 2013

" LIBERDADE" ENTRE ASPAS






A era das manifestações em que vivemos, serve - ou deveria servir - principalmente para suscitar na sociedade, importantes reflexões. A primeira delas é o fato de que é extremamente perigoso legitimar atos de vandalismo feitos por pessoas mascaradas, misturados a manifestações populares, com o argumento vazio de que a depredação de bens públicos e privados é o preço que devemos pagar pelo fim da letargia decenária da nossa juventude – e de adultos também, diga-se de passagem. Mesmo porque, se estes baderneiros tivessem a mínima atividade cerebral atrás dos lenços e das máscaras – do “V de Vingança”, do “Pânico” e do “Lobo Mau” - entenderiam facilmente que é impossível termos o tal “Passe Livre” com “Tarifa Zero” no transporte público de qualquer cidade de qualquer planeta, pois é inconcebível que algum empresário queira dar ônibus de graça para a população. E se for a Prefeitura ou o Governo, a bancar, certamente vai ser com o nosso dinheiro e aí não vai ser de graça, né “Einstein”? Legítimo é exigirmos transparência total no cálculo das tarifas e com isso pleitear um preço justo com qualidade. Afinal, se nem o “Fome Zero”, está dando certo, você acha que a “Tarifa Zero”, daria? Melhor seria reivindicar a “Corrupção Zero”, exigindo o “Recall" Político, quando poderíamos tirar do cargo um Vereador, Deputado ou Senador que elegemos e se revelou corrupto ou incompetente. Isso sim seria um avanço, já que tudo passa primeiro e principalmente, pela política. Mas, curiosamente, não vejo ninguém falar disso, além do Barbosa – mas este anda ocupado demais com as “travessuras” do “pizzaiolo” “Levianowski” - perdoem - me a pronúncia, mas eu nunca “dominei” o polonês - no julgamento do “Mensalinho Pluripartidário”. Aliás, por falar em V. Exa., gostaria de abrir um parênteses e aproveitar para dar aqui um humilde conselho: creio, na minha ingenuidade, que o Ministro ganha muito mal, para se “estressar” tanto com o colega Barbosa. Acompanho as notícias, e vejo que é um excelente advogado. Então, ao invés de ficar sistemática e descaradamente, orquestrando um movimento de caráter manifestamente protelatório visando impedir o bom andamento do processo, com o fim explícito de abrandar a pena dos réus, especialmente os mais “cabeludos” (apesar da maioria sofrer de alopecia crônica) como Dirceu e companhia, chegando inclusive a se arrepender de votos que já havia proferido - sugiro que V. Exa. troque de lugar e vá para a tribuna defender os políticos. Faça lá suas chicanas e seus intermináveis discursos a favor dos réus. Lá é o lugar certo, assim como é certo também que não lhe faltarão clientes. Soube, inclusive, que o advogado de um dos "mensaleiros" cobrou R$ 15 milhões pelo "serviço". E olhe, que em termos de "conhecimento", não chega aos seus pés. Pense bem, caro Ministro. A oferta é tentadora, a menos que o senhor tenha "outras" fontes de renda. E tê-lo do lado de lá, na tribuna, certamente seria um ganho incontestável para o país, especialmente nesta época, em que a moralidade nunca se fez tão necessária. Então, senhores manifestantes, além de exigir o “Recall” Político, porque não entoar também o grito de “Recall” Jurídico, já? Bem, dado o conselho – ao ministro e aos manifestantes - fecho o parênteses e prossigo no meu desabafo. Ignora esta “eminência caucasiana”, que “nem totus quis forensis est moral”. Realmente, nem tudo que é moral é legal. Infelizmente, o “legalzinho” “Levianowski” – perdoem-me outra vez a má pronúncia, por favor – faz escola no STF e serve de exemplo para um séquito de advogados e juízes preparados academicamente para interpretar e direcionar as leis, muito mais de acordo com a sua conveniência do que com a sua consciência – se é que a têm. Vejam que a questão não é criar mais leis, e sim, interpretá-las e aplicá-las segundo a moral. Barbosa e “Levianowski” – realmente preciso “treinar” o “polaco” - são dois eminentes magistrados professores de imensa capacidade. A diferença entre os dois – além da cor, é claro – é o norte que orienta cada um. Neste caso, um é orientado pela moral. Já o outro... Sabemos bem que, quando querem, os juízes negam sistematicamente todos os recursos e “habeas corpus” que são impetrados. Quando querem. Ou seja, leis nós já temos. O que nos falta são homens com “culhões” suficientes, debaixo da toga, pra fazer valer o que é moral, acima do que é simplesmente legal. Afinal, tenho absoluta certeza, que o que é moral também está dentro da lei, é só “procurar” mais um pouquinho. Então, acho que em uma situação de dúvida, além do princípio do “in dubio, pro reo” – conhecido no meio jurídico, não por acaso, como princípio do “favor rei” - deveríamos utilizar também e, acima de tudo, o princípio do “in dubio, pro moral”. A continuar como está, a justiça jamais alcançará a todos, pois nossas leis, infelizmente, são como as serpentes: só picam pés descalços. Bem, mas voltando ao tema das manifestações, não creio que seja adequado denominar de “manifestantes”, legitimando seus atos, os membros de torcidas “organizadas” que depredam tudo o que vêm pela frente após um jogo em que o seu time foi derrotado – e algumas vezes até mesmo quando o seu time ganha. Pois, se querem saber, não vejo muita diferença entre estes e os “vândalos” travestidos de manifestantes que hoje habitam principalmente as ruas do Rio e S. Paulo. Está claro que há muito mais por trás disso. Afinal, se não fossem “anencéfalos”, entenderiam também estes “arruaceiros” com facilidade, que quando se depreda um bem público, é o dinheiro do contribuinte que está indo embora pelo ralo, exatamente como o dinheiro que está indo pro bolso do corrupto, alvo da mesma manifestação. Mudam-se os meios, mas o resultado é o mesmo: mais prejuízo para o bolso do contribuinte, trabalhador honesto. Aliás, trabalhador é o que menos existe numa manifestação às 3 horas da tarde de uma quarta-feira, por exemplo. E manifestante acampado “morando” na Câmara? Será que trabalha? Em Goiânia, depois de um mês acampados na Câmara, os jovens, depois de rabiscar um “azinho de anarquia” aqui e ali, sentaram-se na mesa do Presidente, fumaram um cigarrinho de maconha e tiraram a roupa para uma sessão de fotos pro Face – se fossem “melhorzinhos” poderia ser para a “Playboy” ou “G Magazine”.  Ainda bem que, pelo menos estes, acordaram da letargia que fez o “gigante” dormir. Aquela que é causada por uma espécie de “canabiácea” que alguns ainda tentam legalizar... Eu já acho que ao invés de legalizar esta herbácea, deveríamos era criar vergonha na cara e criminalizar todas as bebidas alcoólicas - entorpecentes que alteram o estado de consciência - ou será que estas já não matam o suficiente? Bem, mas voltando às manifestações... Ah, que saudade da passeata da Paulista, depois do expediente, que reuniu mais de um milhão de cidadãos de bem. O mesmo aconteceu no Rio, Belo Horizonte e em várias outras cidades do Brasil. Famílias inteiras, inclusive com idosos e crianças, uns relembrando, outros aprendendo e todos se manifestando em paz. Isso é democracia e liberdade de expressão. E foi isso - somente isso e não as depredações que se sucederam - que deu o verdadeiro recado aos políticos deste país. Demos inclusive um recado ao mundo. Por outro lado, passado o momento do “despertar da cinderela”, já passou da hora da população - preparada e consciente - fazer uma manifestação com a pauta de reivindicações na mão e prontos para sentar à mesa e negociar. Do contrário, não chegaremos a lugar nenhum e o gigante certamente voltará a dormir em berço esplêndido. E é exatamente nisso, que os piores políticos estão apostando. O povo unido em prol de um objetivo comum tem força - muita força - e não é necessário quebrar nada nem “barbarizar” para se fazer ouvir - a não ser quando não se tem absolutamente nada a dizer! E o pior é que alguns têm objetivos bem definidos – apesar de escusos - como certamente tem o grupo “Black Blocs”, que serve claramente a interesses de “direita” reacionária. Uma tática de guerrilha urbana “anticapitalista” que pegou carona nos protestos atuais. Estes guerrilheiros estão se infiltrando nas manifestações, aproveitando-se da imbecilidade dos otários com lenço e máscaras de “Lobo Mau”, que ainda acham que são revolucionários por quebrarem tudo que vêm pela frente. Ou não será uma terrível forma de censura, cerceamento e intimidação, depredar a sede da editora que exibiu em uma de suas revistas, uma matéria sobre o grupo, que os desagradou? Isso é a tal liberdade de expressão? Acho que, mais uma vez, está havendo aí, completa e perigosa, inversão de valores. E, diante de tudo isso, a polícia, parece que ainda não entendeu como agir. Ou sai apertando sprays, mais a torto do que a direito, como se matasse baratas – “temperando” mais do que cozinheira baiana – ou simplesmente assiste a tudo paralisada, o que, no mínimo, soa estranho. Não se pode ignorar que os países que se orgulham de possuir uma democracia exemplar também têm punições exemplares. Aliás, acredito que quanto maior e mais forte for a democracia, mais severas precisam ser a leis e, principalmente, a sua aplicação. É uma balança que precisa estar em perfeito equilíbrio, para que a sociedade seja saudável. É inconcebível que para se garantir um direito individual – o da liberdade de expressão – tantos outros direitos igualmente importantes sejam aviltados. Não sei se tudo isso é sequela do “trauma” da ditadura, só sei que no Brasil, vivemos um tempo em que tudo é legitimado em nome da democracia e da liberdade de expressão. Bandidos e assassinos confessos têm direitos assegurados, como progressões que reduzem a pena e até permitem a libertação do condenado. Menores de idade têm direitos assegurados que impedem até que os chamemos de criminosos. São apenas “crianças”, “infratores” que cometeram um “delito”, uma “contravenção”. Ora, faça-me um favor! Contravenção é “Jogo do Bicho”. Estupro e assassinato, pra mim, é crime hediondo, mesmo! E para um crime hediondo, nada mais justo que uma punição hedionda. Ah, mas que bom seria se a tivéssemos... Não obstante, os mesmos que defendem a “liberdade” de expressão absoluta, são os mesmos que defendem o “politicamente correto”. E aí surgem as denominações bizarras que - estas sim - discriminam ainda mais. O negro, por exemplo, é o “afrodescendente”. O tetra, o penta, o hexa-avô do cara é brasileiro, mas ainda assim, temos de chamá-lo de “afrodescendente”. Então o branco deveria ser chamado de “eurodescendente”. Legal. O Hitler também pensava assim. E os que descendem dos índios – que devem ser muitos – como devem ser chamados? Indodescendentes, é claro. Engraçado, não vejo ninguém ser chamado assim. Será que é falta de “glamour”? O problema é que, diante de um caldeirão de miscigenação tão diverso como o que temos no Brasil, o mais correto – e seguro... e ridículo - seria chamar todos de “indo – euro – asiático - afro – brasileiro”. Bem, é melhor deixar pra lá... Mas o que é preconceito, afinal? O que define uma atitude, um comportamento preconceituoso? E o que são as minorias? Será que “empurrar” um “afrodescendente” pra uma faculdade pelo Sistema de Cotas não seria reafirmar que ele é menos competente que um “eurodescendente” que entrou por méritos próprios?  Reparem que esgotei toda a minha cota de “aspas” apenas em uma frase. É o efeito do “politicamente correto”. As aspas nos libertam e nos protegem. Infelizmente, estes defensores do “politicamente correto”, ignoram que tudo, absolutamente tudo é subjetivo e relativo. Eu posso ter estudado a minha vida toda em escolas públicas – o que é efetivamente verdade - e ter mais capacidade do que alguém que tenha estudado a vida toda nas melhores escolas da Europa. Isso porque a capacidade está ligada a inúmeros outros fatores intrínsecos a cada um. E isso, nenhuma leizinha “politicamente correta” pode assegurar. Essa “cotização” e esse corporativismo excessivo impedem o país de seguir adiante e, por conseqüência, penalizam a população. Vejam o caso do programa “Mais Médicos”, por exemplo: se não querem trabalhar nos rincões deste Brasil por meros R$10mil - mais alimentação e moradia - porque não desocupam a moita para os estrangeiros? Essa discussão teimosa do “mimadinho” CFM em torno do “Revalida”, está me cheirando mais a pura rivalidade estúpida. Então, nesta “queda de braço” imbecil e interminável, eu estou do lado da população que não tem médicos, por este Brasil afora. E subjetiva também é a “rotulação” que tantos insistem em fazer o tempo todo. Tudo e todos são “rotuláveis”. Agora mesmo, alguns devem, erroneamente, estar-me rotulando de “reacionário”. Obviamente, estes que me rotulam, se auto intitulam, “revolucionários” mas, o “revolucionário” que hoje reivindica as mudanças, quando as conseguir, não se transformará em “reacionário”, para mantê-las? Em meio a toda esta confusão de rótulos aliada à absoluta “liberdade” de expressão que tudo legitima, a militância de “esquerda” está perplexa e cada vez mais distante do clamor popular das manifestações que um dia já foram genuínas – de “genoíno” hoje, só temos o “José” - e hoje corre o risco de ser engolida pela direita reacionária e golpista, que os mesmos “esquerdistas” ainda insistem em confundir com “revolução”. Por isso acho uma completa imbecilidade estes rótulos “intelectualóides”. Fazem-me igualmente rir os pândegos argumentos “revolucionários” de que palavras e expressões como “arruaceiro”, “baderneiro”, “vândalo”, “infiltrado” e “gigante adormecido”, entre outras – vejam que eu infortunadamente utilizei todas neste texto até aqui - denunciam pessoas “reacionárias” da época da ditadura. Caramba! Isso é repressão pura. Onde está a tal liberdade de expressão que estes mesmos “revolucionários” rotuladores defendem? Quer dizer que não posso utilizar as palavras que eu quiser? Dependendo da palavra que eu resolver usar, serei “pré-rotulado” de “reacionário” ou de “conservador”? Olha que isso é preconceito, hein? Já não basta os “GLBTs” se apropriarem do arco-irís e todo o caleidoscópio de cores, que eu - embora hétero - acho tão lindo e agora não posso mais usar sem ser rotulado de “gay”? São tantas as “bandeiras”, agitadas à minha volta, que sou forçado a “digerir” tudo goela abaixo, numa confusão clara entre respeito e – o que é muito diferente – imposição, de idéias, comportamentos e valores. Pode parecer estranho e antiquado para alguns mas, em sociedade, há limites para todos. Afinal, como “hétero”, bem sei que não posso fazer qualquer coisa em qualquer lugar. O meu direito termina no direito do próximo e o grau de constrangimento – meu e do outro - serve muito bem como medida. É uma simples questão de bom senso, muito antes de ser preconceito e alvo de processo. Aliás, “processar” tudo é uma mania americana que está muito em moda também aqui no Brasil nos dias de hoje. Talvez por isso, os advogados gozem de tanto prestígio - na nossa sociedade, na sociedade dos EUA, na Sociedade do Anel e em todas as sociedades. Parece que alguns gays, alguns negros e alguns integrantes de outras minorias – veja que deste modo, por si só, eles já se excluem da “maioria” - já saiem de casa pré-dispostos a se sentirem “vítimas” de preconceito. Eu, por exemplo, como bom português, sou constantemente vítima de preconceito nas piadas que escuto a todo o momento. E como aqui no Brasil sou “minoria” – ao contrário do que ocorre em Portugal - vou juntar-me ao baiano, ao caipira, ao japonês, ao judeu e ao papagaio, e entrar com uma ação coletiva por preconceito contra estes contadores de piadas “politicamente incorretas”. Quem sabe eu ainda não consigo “por tabela”, entrar na faculdade pelo Sistema de Cotas? Acho que seria justo pois, além de ser “minoria”, não dizem também que português é burro? E se não der certo, eu ainda posso entrar com os “Embargos Declaratórios”... Sinceramente, a mim pouco me importa se o cara é “gay”, “negro” ou “branco” – ou tudo isso junto, como o Michael Jackson! O que me importa realmente é que ele não “coma” criancinhas! Bem, já aprendi que devo utilizar “homossexualidade” no lugar de “homossexualismo”, pois o sufixo “ismo” remete a doença. Realmente faço a “mea culpa”, pois não sabia que “comunismo” e “socialismo” eram doenças, apesar de já ter visto muitos dementes citando Marx e defendendo muitas teorias estranhas, especialmente se analisadas sob o prisma de hoje. Afinal, alguém pode acreditar que num mundo com tanta diversidade entre as pessoas, “igualar” vagabundo com trabalhador utilizando a “Fidelidade” do “comunismo” pode, de algum modo, dar certo fora de Cuba de Fidel? Sem falar que, “igualado” mesmo, era apenas o povo, porque os líderes tinham um padrão de vida muito mais alto, é claro. Bem, é óbvio que a esta altura alguns já devem estar me chamando de “reacionário gay enrustido”. Injustamente, diga-se de passagem, pois é claro que eu nunca estive em nenhum armário – e talvez nem lá dentro coubesse. De lá não saio porque lá nunca entrei... Enfim, resolvido o meu problema com o “homossexualismo”, ainda aguardo uma alternativa “politicamente correta” para palavras como “gay”, “lésbica”, “travesti” e outras que me causam forte dúvida toda a vez que preciso usar alguma delas. Nestes tempos do “politicamente correto”, não sabemos mais exatamente com o que as pessoas vão se ofender. Nestes novos tempos “apocalípticos”, crianças autoritárias, pequenos tiranos a quem os pais obedecem por puro complexo de culpa, reclamam de “bullying” na escola, quando, na verdade, acho que quem é “bullyinado” mesmo é o professor. É muito triste, ver tantos valores invertidos... Na verdade tudo ficou muito, muito chato. E já que estamos falando de humor – ou da falta dele - o que dizer do humor apelativo e vulgar, que pretende fazer rir na marra, escancarando tudo, especialmente a incapacidade de fazer brotar o riso espontâneo com algo genuinamente engraçado? Basta lembrarmo-nos dos antigos comediantes que já se foram e olhar para os que temos hoje. Com o argumento da tal “liberdade” de expressão, onde se pode dizer absolutamente tudo a todo o momento, somos obrigados a engolir o “standown comedy” de “humoristas” do estilo MTV, com repertório e talento sofríveis. E, por mais incrível que pareça, com a ajuda do “YouTube”, alguns são reverenciados como “gênios” do humor moderno. Ai que saudade do Mussum e do Zacarias... Ops! Ouvi dizer que quem sente saudade do Zacarias é “reacionário”... ou “gay”! Engraçado... Era um tempo em que parecia que ser “gay” era muito mais normal... Pelo menos eu não me lembro de pensar que o Zacarias era “gay”, ou que era “diferente” por causa disso. Hoje, basta olhar uma cena dele, que sacamos de imediato que ele era “gay”. Será que antes tínhamos mais ingenuidade ou hoje temos mais malícia? Pois, é... Às vezes, quanto mais falamos e defendemos algo, mais provocamos justamente o efeito contrário ao que queremos. Pecamos pelo excesso, pela massificação. Pela imposição das idéias. Igualzinho aos nossos filhos adolescentes, que quanto mais lhes falávamos para não fazerem algo, aí é que eles faziam mesmo, por mais perigoso e errado que fosse. Realmente, acho todos esses “rótulos” e “pré-conceitos” deveras imbecis, assim como imbecis também acho que são os discursos que citam grandes filósofos e pensadores a todo o momento: - Como dizia Marx: “blá, blá, blá...” Haja aspas e haja “blá, blá, blá...” Tudo o que o “professor” cita está entre aspas. O cara não tem nenhuma idéia própria - e nem o menor “semancol”, para perceber que o interlocutor já dorme há horas. Mas ele é vaidoso, quer que todos saibam o quanto é politizado, intelectualizado e culto. Outra coisa abominável é a tal “licença poética”. Esta serve de subterfúgio para explicar e legitimar os mais bizarros erros de grafia e fala, da nossa rica e bela – por enquanto – língua portuguesa. Já se cometeu a heresia de padronizar a língua portuguesa em todos os países que a falam. É claro que este absurdo só poderia ter sido levado a cabo no “reinado Lulopetista”. Como ignorar tanta diversidade cultural, de países como Angola e Moçambique, por exemplo, além de Portugal e outros, que pouco têm a ver com o continental Brasil? Um Brasil que, inclusive, contém vários outros “Brasis”, de Norte a Sul. Como todos estes povos podem falar e escrever exatamente o mesmo idioma? A correr como vai - talvez para compensar a extinção do tupi-guarani - em pouco tempo teremos o “caipirês” e o “funkês” - só pra citar dois exemplos - legitimados como língua portuguesa. O que não chega a espantar, num país onde - como alardeia a propaganda - a mulher, a malandragem e a cerveja, são a mais pura expressão da “cultura” popular. Fecha aspas.