quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

DESABAFO DE UM BOM MARIDO - Luís F. Veríssimo




Minha esposa e eu sempre andamos de mãos dadas. Se eu soltar, ela
vai às compras.

Ela tem um liquidificador elétrico, uma torradeira elétrica, e uma
máquina de fazer pão elétrica.
Então ela disse: Nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar
pra sentar. Daí comprei pra ela uma cadeira elétrica.

Eu me casei com a Sra. Certa. Só não sabia que o primeiro nome
dela era Sempre.

Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de
interrompê-la.
Mas tenho que admitir, a nossa última briga foi culpa minha. Ela
perguntou: O que tem na TV? E eu disse; Poeira.

No começo Deus criou o mundo e descansou. Então, Ele criou o homem e
descansou.
Depois, criou a mulher. Desde então, nem Deus, nem o homem, nem o
Mundo tiveram mais descanso.

Quando o nosso cortador de grama quebrou, minha mulher ficava sempre
me dando a entender que eu deveria consertá-lo.

Mas eu sempre acabava tendo outra coisa para cuidar antes, o
caminhão, o carro, a pesca, sempre alguma coisa mais importante para mim.
Finalmente ela pensou num jeito esperto de me convencer.
Certo dia, ao chegar em casa, encontrei-a sentada na grama alta,
ocupada em podá-la com uma tesourinha de costura. Eu olhei em silêncio por
um tempo, me emocionei bastante e depois entrei em casa.
Em alguns minutos eu voltei com uma escova de dente e lhe entreguei.

-Quando você terminar de cortar a grama, eu disse, "você pode
também varrer a calçada".

Depois disso não me lembro de mais nada. Os médicos dizem que eu
voltarei a andar, mas mancarei pelo resto da vida.

O casamento é uma relação entre duas pessoas na qual uma está
sempre certa e a outra é o marido...

TUDO QUE O HOMEM PRECISA SABER SOBRE TPM


Como admirador incondicional da beleza feminina, depois de anos e anos de dura pesquisa de campo, aprendi a satisfazê-las (ou quase!) e principalmente, aprendi que nós homens, somos reféns do hormônio feminino, pois existem dias do mês em que basta um homem abrir a boca para ficar com sua vida por um fio. Então, este é um guia útil, seguro, e que deveria estar sempre à mão, na carteira de todos os maridos, namorados, amantes ou similares! Eu já o memorizei, para a minha própria segurança. Vejam se eu estou ou não certo...

FRASES E PROCEDIMENTOS PARA SOBREVIVER A UMA MULHER COM TPM


PERIGOSO: O que tem pro jantar?
SEGURO: Posso te ajudar com o jantar?
SEGURÍSSIMO: Onde você quer ir pra jantar?
ULTRA-SEGURO: Aqui, come esse chocolate.
>>>
PERIGOSO: Você vai vestir ISSO?
SEGURO: Nossa, você fica bem de marrom!
SEGURÍSSIMO: Uau! Tá uma gata!
ULTRA-SEGURO: Aqui, come esse chocolate.
>>>
PERIGOSO: Tá nervosa por quê?
SEGURO: Será que não estamos exagerando?
SEGURÍSSIMO: Vem, deixa eu te fazer um carinho...
ULTRA-SEGURO: Aqui, come esse chocolate.
>>>
PERIGOSO: Será que você devia comer isso?
SEGURO: Sabe, ainda tem bastante maçã.
SEGURÍSSIMO: Quer um copo de vinho pra acompanhar?
ULTRA-SEGURO: Aqui, come esse chocolate.
>>>
PERIGOSO: O que você fez o dia todo?
SEGURO: Espero que você não tenha trabalhado demais hoje.
SEGURÍSSIMO: Adoro quando você usa esse robe!
ULTRA-SEGURO: Come mais um pouco de chocolate.
>>>
São apenas situações ilustrativas, que podem ser aplicadas em inúmeros outros casos, mas se vc mulher, tem mais alguma sugestão de outra situação que possa ser útil neste guia, por favor me envie, para que eu possa atualizar a próxima edição.
>>>
Eis algumas definições para TPM:
- TPM = Todos os Problemas Misturados
- TPM = Tendências a Pontapés e Murros
- TPM = Temporada Proibida para Machos
- TPM = Tocou, Perguntou, Morreu
- TPM = Tente no Próximo Mês
- TPM = TPM = Tô Pirada Mêrrmo
- TPM = Tempo Pra Meditação
- TPM = Tendência Para Matar
- TPM = Tira as Patas, Moleque
- TPM = Total Paranóia Mental
>>>
E, finalmente, se vc, mulher, que está lendo isto agora, está de TPM, calmaaaaaaa... LEMBRE-SE:
>>>
"TPM é aquela época do mês em que algumas mulheres se comportam, por alguns dias, da maneira como grande parte dos homens se comportam durante TODO o ano."

Peço desculpas aos homens, mas eu tive que dar essa bajuladinha no final, pois tenho muito amor à vida.

SOBRE A MULHER - Martha Medeiros


Olha ela aqui de novo. Texto da minha amiga paulistana, Martha Medeiros, que traduz exatamente tudo o que eu penso sobre a mulher... Aproveite.

Eu não sirvo de exemplo para nada, mas se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer! Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou. Trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas! E, entre uma coisa e outra, leio livros. Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic. Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres. Primeiro: a dizer NÃO. Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás. Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero. Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros. Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho. Você não é Nossa Senhora. Você é, humildemente, uma mulher. E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo. Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar sozinha na sala. Tempo para bisbilhotar uma loja de discos. Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias. Cinco dias! Tempo para uma massagem. Tempo para ver a novela. Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza. Tempo para fazer um trabalho voluntário. Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto. Tempo para conhecer outras pessoas. Voltar a estudar. Para engravidar. Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado. Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir. Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto, ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. Existir, a que será que se destina? Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra. A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem. Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si. Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo! Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir... Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.. Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C. Mas se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado!) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante.

CURSO SÓ PARA HOMENS


Pessoal, durante este mês, estarei participando deste curso, aqui em S. Paulo. Não que eu realmente precise, mas apenas para me reciclar. Recomendo.

INSCRIÇÕES ABERTAS!
(por email)
(vagas limitadas)
NÃO PERCAM! Novo Curso de Formação para Homens


OBJETIVO PEDAGÓGICO


Permite aos homens desenvolver a parte do corpo da qual ignoram a existência ( o cérebro ).

SÃO 4 MÓDULOS


Módulo 1: Introdução (Obrigatório)


1. Aprender a viver sem a mamãe (2.000 horas)

2. Minha mulher não é minha mãe (350 horas)

3. Entender que não se classificar para a Libertadores não é a MORTE (500 hs)

Módulo 2: Vida a dois


1. Ser pai e não ter ciúmes do filho (50 horas)

2. Deixar de dizer impropérios quando a mulher recebe suas amigas (500 hs)

3. Superar a síndrome do ' o controle remoto é meu' (550 horas)

4. Não urinar fora do vaso (1.000 horas - exercícios práticos em vídeo)

5. Entender que os sapatos não vão sozinhos para o armário (800 hs)

6. Como chegar ao cesto de roupa suja (500 horas)

7. Como sobreviver a um resfriado sem agonizar (450 horas)

Módulo 3: Tempo livre


1. Passar uma camisa em menos de duas horas (exercícios práticos)

2. Tomar a cerveja sem arrotar, quando se está à mesa (exercícios práticos)

Módulo 4: Curso de cozinha


1. Nível 1 (principiantes - os eletrodomésticos) ON/OFF = LIGA/DESLIGA

2. Nível 2 (avançado) minha primeira sopa instantânea sem queimar a Panela

3. Exercícios práticos - ferver a água antes de por o macarrão

CURSOS COMPLEMENTARES:


POR RAZÕES DE DIFICULDADE , COMPLEXIDADE E ENTENDIMENTO DOS TEMAS , OS CURSOS TERÃO NO MÁXIMO 3 ALUNOS.


1. A eletricidade e eu: vantagens econômicas de contar com um técnico competente para fazer reparos;

2. Cozinhar e limpar a cozinha não provoca impotência nem homossexualidade (práticas em laboratório);

3. Porque não é crime presentear com flores, embora já tenha se casado com ela;

4. O rolo de papel higiênico: Ele nasce ao lado do vaso sanitário? (biólogos e físicos falarão sobre o tema da geração espontânea)

5. Como baixar a tampa do vaso passo a passo (teleconferência);

6. Porque não é necessário agitar os lençóis depois de emitir gases intestinais (exercícios de reflexão em dupla);

7. Os homens dirigindo, podem SIM, pedir informação sem se perderem ou correr o risco de parecerem impotentes (testemunhos);

8. O detergente: doses, consumo e aplicação.

Práticas para evitar acabar com a casa;

1. A lavadora de roupas: esse grande mistério!!

2. Diferenças fundamentais entre o cesto de roupas sujas e o chão (exercícios com musicoterapia);

3. A xícara de café: ela levita, indo da mesa à pia? (exercícios Dirigidos por Mister M);

12. Analisar detidamente as causas anatômicas, fisiológicas e/ou psicológicas que não permitem secar o banheiro depois do banho.

RITUAL DE PASSAGEM DOS ÍNDIOS CHEROKEES


Você conhece a lenda do rito de passagem da juventude dos índios Cherokees? Então curta e reflita.

O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho.
O filho se senta sozinho no topo de um montanha toda a noite e não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte. Ele não pode gritar por socorro para ninguém.
Se ele passar a noite toda lá, será considerado um homem.
Ele não pode contar a experiência aos outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo, enfrentando o medo do desconhecido.
O menino está naturalmente amedrontado. Ele pode ouvir toda espécie de barulho.
Os animais selvagens podem, naturalmente, estar ao redor dele.
Talvez alguns humanos possam feri-lo.
Os insetos e cobras podem vir pica-lo.
Ele pode estar com frio, fome e sede.
O vento sopra a grama e a terra, sacode os tocos, mas ele se senta estoicamente, nunca removendo a venda.
Segundo os Cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem.

Finalmente...

Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida.
Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele.
Ele esteve a noite inteira protegendo seu filho do perigo.

Nós também nunca estamos sozinhos!
Mesmo quando não percebemos, Deus, nosso Pai, está olhando para nós, "sentado ao nosso lado".
Quando os problemas vêm, tudo o que temos a fazer é confiar que ELE está nos protegendo.
Apenas porque você não O vê, não significa que Ele não esteja com você.

Nós precisamos caminhar pela nossa fé, não com a nossa visão material.

E evite tirar a sua venda antes do amanhecer...

AS MINEIRAS - Carlos Drummond de Andrade

Aqui, agora que tô morando nesta maravilhosa Minas, não poderia jamais deixar de fazer esta pequena homenagem às lindas mulheres mineiras... Ô trem bão, sô! O quê? Cê não é mineira e tá com ciúme? Ô dó! Pó pará, viu? Senão eu não dô conta docê! E eu não quero caçar confusão com ninguém... Procupa não, boba, que eu adoro o teu sotaque também, tá bom? Um beijo procê e se divirta, com mais este texto maravilhoso do Drummond.

O sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral ou engordar. Porque, se tudo que é bom tem um desses horríveis efeitos colaterais, como é que o falar, sensual e lindo ficou de fora? Porque, Deus, que sotaque!

Mineira devia nascer com tarja preta avisando: ouvi-la faz mal à saúde. Se uma mineira, falando mansinho, me pedir para assinar um contrato doando tudo que tenho, sou capaz de perguntar: só isso? Assino achando que ela me faz um favor.

Eu sou suspeitíssimo. Confesso: esse sotaque me desarma. Certa vez quase propus casamento a uma menina que me ligou por engano, só pelo sotaque.

Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas. Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las no meio do caminho (não dizem: pode parar, dizem: "pó parar".

Os não-mineiros, ignorantes nas coisas de Minas, supõem, precipitada e levianamente, que os mineiros vivem - lingüisticamente falando – apenas de uais, trens e sôs.Digo-lhes que não. Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade. Fala que ele é bom de serviço.
Pouco importa que seja um juiz de direito, um jogador de futebol ou um ator de filme pornô. Se der no couro - metaforicamente falando, claro - ele é bom de serviço. Faz sentido...

Mineiras não usam o famosíssimo "tudo bem". Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há de perguntar pra outra: "cê tá boa?" Para mim, isso é pleonasmo. Perguntar para uma mineira se ela tá boa é desnecessário.
Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada. Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer: Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc). O verbo "mexer", para os mineiros, tem os mais amplos significados. Quer dizer, por exemplo, trabalhar. Se lhe perguntarem com que você mexe, não fique ofendido. Querem saber o seu ofício.

Os mineiros também não gostam do verbo conseguir. Aqui ninguém consegue nada. Você não dá conta. Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz: Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não, sô.

Esse "aqui" é outro que só tem aqui. É antecedente obrigatório, sob pena de punição pública, de qualquer frase. É mais usada, no entanto, quando você quer falar e não estão lhe dando muita atenção: é uma forma de dizer, "olá, me escutem, por favor". É a última instância antes de jogar um pão de queijo na cabeça do interlocutor.

Mineiras não dizem "apaixonado por". Dizem, sabe-se lá por que, "pêxonado com". Soa engraçado aos ouvidos forasteiros. Ouve-se a toda hora: "Ah, eu pêxonei com ele...". Ou: "sou doida com ele" (ele, no caso, pode ser você, um carro, um cachorro). Elas vivem apaixonadas "com" alguma coisa.
Que os mineiros não acabam as palavras, todo mundo sabe. É um tal de "bonitim", "fechadim", e por aí vai. Já me acostumei a ouvir: "E aí, vão?". Traduzo: "E aí, vamos?".

Não caia na besteira de esperar um "vamos" completo de uma mineira. Não ouvirá nunca. Eu preciso avisar à língua portuguesa que gosto muito dela, mas prefiro, com todo respeito, a mineira. Nada pessoal. Aqui certas regras não entram. São barradas pelas montanhas.
No supermercado, não faz muitas compras, ele compra "um tanto de côsa". O supermercado não estará lotado, ele terá "um tanto de gente". Se a fila do caixa não anda, é porque está "agarrando" [aliás, "garrando"] lá na frente. Entendeu? Agarrar é agarrar, ora!
Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo e ficar com pena, suspirará: "Ai, gente, que dó." É provável que a essa altura o leitor já esteja apaixonado pelas mineiras.

Não vem caçar confusão pro meu lado. Porque, devo dizer, mineiro não arruma briga, mineiro "caça confusão". Se você quiser dizer que tal sujeito é arruaceiro, é melhor falar, para se fazer entendido, que ele "vive caçando confusão".

Para uma mineira falar do meu desempenho sexual, ou dizer que algo é muitíssimo bom vai dizer: "Ô, é sem noção". Entendeu? É sem noção! Você não tem idéia do "tanto de bom" que é.

Só não esqueça, por favor, o "Ô" no começo, porque sem ele não dá para dar noção do tanto que algo é sem noção, entendeu?

Capaz... Se você propõe algo e ela diz: capaz!!! Vocês já ouviram esse "capaz"? É lindo. Quer dizer o quê? Sei lá, quer dizer "ce acha que eu faço isso"? com algumas toneladas de ironia... Se você ameaçar casar com a Gisele Bundchen, ela dirá: "Ô dó dôcê". Entendeu? Não? Deixa para lá.

É parecido com o "nem...". Já ouviu o "nem..."? Completo ele fica:"- Ah, nem..." O que significa? Significa, amigo leitor, que a mineira que o pronunciou não fará o que você propôs de jeito nenhum. Mas de jeito nenhum.

Você diz: "Meu amor, cê anima de comer um tropeiro no Mineirão?". Resposta: "Nem..." Ainda não entendeu? Uai, nem é nem.

A propósito, um mineiro não pergunta: "você não vai?". A pergunta, mineiramente falando, seria: "cê não anima de ir"? Tão simples. O resto do Brasil complica tudo.

É, ué, cês dão umas volta pra falar os trem... Falando em "ei...". As mineiras falam assim, usando, curiosamente, o "ei" no lugar do "oi". Você liga, e elas atendem lindamente: "eiiii!!!", com muitos pontos de exclamação, a depender da saudade... Tem tantos outros...

O plural, então, é um problema. Um lindo problema, mas um problema. Sou, não nego, suspeito. Minha inclinação é para perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares das mineiras.
Aliás, deslizes nada. Só porque aqui a língua é outra, não quer dizer que a oficial esteja com a razão.

Se você, em conversa, falar: Ah, fui lá comprar umas coisas... Que' s côsa? - ela retrucará. O plural dá um pulo. Sai das coisas e vai para o que.

Ouvi de uma menina culta um "pelas metade", no lugar de "pela metade". E se você acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa, confidenciará: Ele pôs a culpa "ni mim".A conjugação dos verbos tem lá seus mistérios em Minas... Ontem, uma senhora docemente me consolou: "prôcupa não, bobo!". E meus ouvidos, já acostumados às ingênuas conjugações mineiras, nem se espantam. Talvez se espantassem se ouvissem um: "não se preocupe", ou algo assim.

A fórmula mineira é sintética. E diz tudo. Até o "tchau" em Minas é personalizado. Ninguém diz tchau pura e simplesmente. Aqui se diz: "tchau procê", "tchau procês". É útil deixar claro o destinatário do tchau. Então...

FELICIDADE REALISTA - Mário Quintana


Vejam que verdadeira pérola, este texto do Mário Quintana. Pena que a gente não consegue aplicá-lo na nossa vida, mas bem que podemos tentar, né?

A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote
louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser
magérrimos, sarados, irresistíveis.
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema:
queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas.
E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos
conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar
pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente
apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes
inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos
sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão.
Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.
Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você
pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um
parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente
quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo,
usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o
suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem
pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que
saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de
criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.
Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o
estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar.
É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza,
instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente.
A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio.
Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está
alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se..
Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não
se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la
e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e
não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso
coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.

DIÁRIO DE UM QUARENTÃO NA ACADEMIA

Amigos, devo confessar que eu simplesmente detesto malhar. Ficar levantando peso, fazendo poses no espelho, pra conferir se tá ou não fazendo efeito na musculatura... O meu negócio é competição, movimento, muito movimento, e de preferência ao ar livre. Mas como foi um presente, não pude recusar.


Acabei de completar 45 anos. Minha namorada resolveu me presentar com uma semana de treinamento físico numa boa academia. Estou em excelente forma, mas achei boa idéia diminuir minha 'barriguinha'. Fiz a reserva com a 'personal trainner' Cida, instrutora de Aeróbica e modelo. Ela me pediu pra levar um diário e documentar meu progresso, que vem a seguir:

Segunda:
Com muita dificuldade levantei-me às 6 da manhã. O esforço valeu a pena. Cida parecia uma deusa grega: loira, olhos azuis, grande sorriso, lábios carnudos e corpo escultural. Inicialmente, Cida me fez um tour, mostrando os aparelhos. Comecei pela bicicleta. Ela me tomou o pulso, depois de 5 minutos e se alarmou, pois estava muito acelerado. Não era a bicicleta mas ela, vestida com uma malha de lycra coladinha. Desfrutei do exercício. Ela me motiva muito, apesar da dor na barriga, de tanto encolhê-la, toda vez que ela passava perto de mim.

Terça:
Tomei café e fui para a academia. Cida estava mais linda que nunca. Comecei a levantar uma barra de metal. Logo ela se atreveu a por mais pesos!!! Minhas pernas estavam debilitadas, mas consegui completar UM QUILÔMETRO. O sorriso arrebatador que Cida deu me convenceu de que todo o exercício valeu a pena... era uma nova vida para mim.

Quarta:
A única forma como consegui escovar os dentes, foi colocando a escova sobre a pia e movendo a cabeça para os lados. Dirigir também não foi fácil: esticar os braços para mudar as marchas era um esforço digno de Hércules, doía o peito e minhas panturrilhas ardiam toda vez que pisava na embreagem. Fisicamente impossibilitado, achei justo estacionar meu carro na vaga para deficientes físicos... Cida hoje estava com a voz um pouco aguda a essas horas da manhã e quando gritava me incomodava muito. Meu corpo doeu inteiro quando ela me colocou uma cinta para fazer escalada. Porquê 'catzo' alguém inventa um treco para se escalar quando há tempos já inventaram os elevadores? Cida me disse que isso me ajudaria a ficar em forma e desfrutar a vida... ou alguma outra dessas m. de incentivos.

Quinta:
Cheguei meia hora atrasado: foi o tempo que demorei para colocar os tênis. Cida estava me esperando com seus odiosos dentes de vampiro escroto. A desgraçada me colocou para trabalhar com os pesos. Quando se distraiu, saí correndo e me escondi no banheiro. Mandou um outro treinador filho da p. me buscar e como castigo, me pôs a trabalhar na máquina de remar... me lasquei!

Sexta:
Odeio a desgraçada da Cida. Estúpida, magra, anêmica, chata e feminista sem cérebro! Se houvesse uma parte do meu corpo que pudesse se mover sem uma dor angustiante, eu partiria no meio a vaca que pariu essa desgraçada xexelenta. Cida quis que eu trabalhasse meus tríceps... EU NEM SEI O QUE É ESSA P. DESSE TRÍCEPS !!! E se não bastasse me colocar o peso para que o rompesse, me colocou aquelas m. das barras... A bicicleta me fez desmaiar e acordei na cama de uma nutricionista, outra idiota com cara de mal comida que me deu uma catequese de alimentação, saudável, claro. P Q PARIU!!!!!!!!

Sábado:
A lazarenta da Cida me deixou uma mensagem no celular com sua vozinha de lésbica assumida, perguntando-me por que eu não fui. Só com a vozinha me deu vontade de quebrar o celular, porém como não tinha força suficiente para levantá-lo, desisti... Adoraria passar o dia vendo TV jogado na cama, mas quem disse que conseguia apertar os botões do controle remoto?

Domingo:
Pedi ao vizinho para ir à missa por mim agradecer ao bom Deus por essa semana que terminou. Também rezei para que o ano que vem minha namorada me presenteie com algo um pouco mais divertido, como um tratamento dentário de canal, um cateterismo ou até mesmo um exame de próstata.

ENTENDENDO A ALMA FEMININA: CONVIDANDO UMA MULHER PARA JANTAR


Mulher é complicadaaa? Imaginaaaaa... Mais uma da série Entendendo a Alma Feminina. Deve também ser lido pelas mulheres, para que digam se concordam ou discordam de algo, para posteriores correções, mas é principalmente dedicado aos homens que, como eu, amam uma mulher, e por isso sentem enorme prazer em desvendá-la. Mas isso é um aprendizado constante, meu amigo. É preciso anos e anos de “know-how”, de dedicação total. E com certeza, morrerei sem entendê-las, sem decifrá-las por completo, e é justamente esse mistério que nos fascina e atrai tanto. A mulher complica e é complicada por natureza. O que pra nós é banal e óbvio, pra elas é sofisma e paradoxo. Então, aproveite este depoimento esclarecedor de uma mulher, colhido através de uma entrevista, baseado em fatos reais, muito reais. Perdoem as palavras de baixo calão utilizadas pela depoente, em momentos de maior indignação (?) que eu propositalmente fiz questão de preservar no texto, com o objetivo de conferir autenticidade (confesso que as piores acabei suprimindo). Ao final da leitura, posso garantir que você vai estar pelo menos um pouco mais evoluído, em relação ao conhecimento da enigmática alma feminina. Ou apenas ainda mais assustado. Boa sorte.

Quando um homem chama uma mulher para sair, não sabe o grau de estresse que isso desencadeia em nossas vidas. O que venho contar aqui hoje é mais dedicado aos homens do que às mulheres. Acho importante que eles saibam
O que se passa nos bastidores. Você, mulher, está flertando um Zé Ruela qualquer. Com sorte, ele acaba te chamando para sair. Vamos supor, um jantar.

Ele diz, como se fosse a coisa mais simples do mundo 'Vamos jantar amanhã?'
Você sorri e responde, como se fosse a coisa mais simples do mundo: 'Claro, vamos sim'.
Começou o inferno na Terra. Foi dada a largada. Você começa a se reprogramar mentalmente e pensar em tudo que tem que fazer para estar apresentável até lá. Cancela todos os seus compromissos canceláveis e começa a odisséia.
Evidentemente, você também pára de comer, afinal, quer estar em forma no dia do jantar e mulher sempre se acha gorda. Daqui pra frente, você começa a fazer a dieta do queijo: fica sem comer nada o dia inteiro e quando sente que vai desmaiar come uma fatia de queijo. Muito saudável.

Primeira coisa: fazer mãos e pés. Quem se importa se é inverno e você provavelmente vai usar uma bota de cano alto? Mãos e pés têm que estar feitos - e lá se vai uma hora do seu dia. Vocês (homens) devem estar se perguntando 'Mão tudo bem, mas porque pé, se ela vai de botas?' Lei de Murphy. Sempre dá m.
Uma vez pensei assim e o infeliz me levou para um restaurante japonês daqueles em que tem que tirar o sapato para sentar naqueles tatames. Dancei bonito! Tive que tirar o sapato com aquela sola do pé cracuda, esmalte semi-descascado e cutícula do tamanho de um champignon! Vai que ele te coloca em alguma outra situação impossível de prever que te obriga a tirar o sapato? Para nossa paz de espírito, melhor fazer mão é pé, até porque boa parte dessa raça tem uma tara bizarra por pé feminino.

OBS: Isso me emputece... Passo horas na academia malhando minha bunda e o desgraçado vai reparar justamente onde? Na desgraça do pé! Isso é coisa de... Melhor mudar de assunto...

As mais caprichosas, além de fazer mão e
pé, ainda fazem algum tratamento capilar no salão: hidratação, escova, corte, tintura, retoque de raiz, etc. Eu não faço, mas conheço quem faça.
Ah sim, já ia esquecendo. Tem a depilação. Essa os homens não podem nem contestar. Quem quer sair com uma mulher não depilada, mesmo que seja apenas para um inocente jantar? Lá vai você depilar perna, axila, virilha, sobrancelha etc, etc. Mulher sofre! E lá se vai mais uma hora do seu dia. E uma hora bem dolorida, diga-se de passagem.

Dia seguinte.
É hoje seu grande dia. Quando vou sair com alguém, faço questão da dar uma passada na academia no dia, para malhar desumanamente até quase cuspir o pulmão. Não, não é para emagrecer, é para deixar minha bunda e minhas pernas enormes e durinhas (macete: elas ficam inchadas depois de malhar).
Geralmente, o Zé Ruela não comunica onde vai levar a gente. Surge aquele dilema da roupa. Com certeza você vai errar, resta escolher se quer errar para mais ou para menos. Se te serve de consolo, ele não vai perceber.
Aliás, ele não vai perceber nada. Você pode aparecer de Armani ou enrolada em um saco de batatas, tanto faz. Eles não reparam em detalhe nenhum, mas sabem dizer quando estamos bonitas (só não sabem o porquê). Mas, é como dizia Angie Dickinson: 'Eu me visto para as mulheres e me dispo para os homens'. Não tem como, a gente se arruma, mesmo que eles não reparem.

Escolhida a roupa, com a resignação que você vai errar, para mais ou para menos, vem a etapa do banho. Depois do banho e do cabelo, vem a maquiagem. Nessa etapa eu perco muito tempo. Lá vai a babaca separar cílio por cílio com palito de dente depois de passar rímel.

Depois vem a hora de se vestir. Homens não entendem, mas tem dias que a gente acorda gorda. É sério, no dia anterior o corpo estava lindo e no dia seguinte... LEITOA! Não sei o que é (provavelmente nossa imaginação), mas eu juro que acontece. Muitas vezes você compra uma roupa para um evento, na loja fica linda e na hora de sair fica uma m. Se for um desses dias em que seu corpo está uma m. e o espelho está de sacanagem com a sua cara, é provável que você acabe com um pilha de roupas recusadas em cima da cama, chorando, com um armário cheio de roupa gritando 'EU NÃO TENHO ROOOOOUUUUUPAAAA'. O chato é ter que refazer a maquiagem. E quando você inventa de colocar aquela calça apertada e tem que deitar na cama e pedir para outro ser humano enfiar ela em você? Uma gracinha, já vai para o jantar lacrada a vácuo. Se espirrar a calça perfura o pâncreas.

Ok, você achou uma roupa que ficou boa. Vem o dilema da lingerie. Salvo raras exceções, roupa feminina (incluindo lingerie) OU é bonita, OU é confortável. Nunca as duas coisas.
Você olha para aquela sua calcinha de algodão do tamanho de uma lona de circo. Ela é confortável. E cor de pele. Praticamente um método anticoncepcional. Você pensa 'Eu não vou dar para ele hoje mesmo, que se dane!’ Você veste a calcinha... Aí bate a culpa. Eu sinto culpa se ando com roupa confortável, meu inconsciente já associou estar bem vestida a sofrimento. Aí você começa a pensar 'E se mesmo sem dar para ele, ele acabar vendo a minha calcinha?... Vai que no restaurante tem uma escada e eu tenho que subir na frente dele... se ele olhar para essa calcinha, broxará para todo o sempre comigo...' Muito p. da vida, você tira a sua calcinha amiga e coloca uma daquelas coisas mínimas e rendadas, que com certeza vão ficar entrando na sua bunda a noite toda. Melhor prevenir.




Os sapatos. Vale o mesmo que eu disse sobre roupas: ou é bonito, ou é confortável. Macete: Geralmente, quando tenho um encontro importante, opto por UMA PEÇA de roupa bem bonita e desconfortável, e o resto menos bonito mas confortável. FATO: Lei de Murphy impera. Com certeza me vai ser exigido esforço da parte comprometida pelo desconforto. Exemplo: Vou com roupa confortável e sapato assassino. Certeza que no meio da noite o animal vai soltar um 'Sei que você adora dançar, vamos sair para dançar! Eu tento fazer parecer que as lágrimas são de emoção. Uma vez, um sapato me machucou tanto, mas tanto, que fiz um bilhete para mim mesma e colei no sapato, para lembrar de nunca mais usar! Porque eu não dei o sapato? Caramba! Me custou muito caro! Posso não usá-lo, mas quero tê-lo. Eu sei, eu sei, materialista do caramba. Vou voltar como besouro de esterco na próxima encarnação e comer muito cocô para ver se evoluo espiritualmente! Mas por hora, o sapato fica.
Depois que você está toda montadinha, lutando mentalmente com seus dilemas do tipo 'será que dou para ele? É o terceiro encontro, talvez eu deva dar...' Começa a bater a ansiedade. Cada uma de nós lida de um jeito com ela.

Geralmente tenho um faniquito e começo a dizer que não quero ir. Não para ele, ligo para a infeliz da minha melhor amiga e digo que não quero mais ir, que sair para conhecer pessoas é muito estressante, que se um dia eu tiver um AVC é culpa dessa tensão toda que eu passei na vida toda em todos os primeiros encontros e que quero voltar tartaruga na próxima encarnação, etc. Ela, coitada, escuta pacientemente e tenta me acalmar.
Agora imaginem vocês, se depois de tudo isso, o filho da p. liga e cancela o encontro? 'Surgiu um imprevisto, podemos deixar para semana que vem?'
Gente, não é má vontade ou intransigência, mas eu acho inadmissível uma coisa dessas, a menos que seja algo muito grave! Eu fico p..., PU. da vida!
Claro, na cabecinha deles não custa nada mesmo, eles acham que é simples, que a gente levantou da cama e foi direto pro carro deles. Se eles soubessem o trabalho que dá, o estresse, o tempo perdido... nunca ousariam remarcar nada.
Se ferra aí! Não quero nem saber. Vem me buscar de maca e no soro, mas não desmarque comigo! Até porque, a essas alturas, a dieta radical do queijo está quase te fazendo desmaiar de fome, é questão de vida ou morte a p. do jantar! NÃO CANCELEM ENCONTROS A MENOS QUE TENHA ACONTECIDO ALGO MUITO, MUITO, GRAVE! DO TIPO... MORRER A MÃE OU O PAI TER UM AVC NO TRÂNSITO.

Supondo que ele venha. Ele liga e diz que está chegando. Você passa perfume, escova os dentes e vai. Quando entra no carro já toma um eufemismo na lata 'HUMMM... tá cheirosa!' (tecla sap: 'Passou muito perfume, p.'). Ele nem sequer olha para a sua roupa. Ele não repara em nada, ele acha que você é assim ao natural. Eu não ligo, porque acho que homem que repara muito é meio gay, mas isso frustra algumas mulheres. E se ele for tirar a sua roupa, grandes chances dele tirar a calça junto com a calcinha e nem ver. Pois é, minha amiga, você passou a noite toda com a rendinha atochada no rego (que por sinal custou muito caro) para nada. Homens, vocês sabiam que uma boa calcinha, de marca, pode custar o mesmo que um MP4? Então, favor tirar sem rasgar.

Quando é comigo, passo tanto estresse que chego ao jantar com um pouco de raiva do cidadão. No meio da noite, já não sinto mais meus dedos dos pés, devido ao princípio de gangrena em função do sapato de bico fino. Quando ele conta piadas e ri eu penso 'É, eu também estaria de bom humor, contando piada, se não fosse essa calcinha intra-uterina raspando no colo do meu útero'. A culpa não é deles, é minha, por ser surtada com a estética. Sinto o estômago fagocitando meu fígado, mas apenas belisco a comida de leve. Fico constrangida de mostrar toda a minha potência estomacal assim, de primeira.

Para finalizar, quero ressaltar que eu falei aqui do desgaste emocional e da disponibilidade de tempo que um encontro nos provoca. Nem sequer entrei no mérito do DINHEIRO. Pois é, tudo isso custa caro. Vou fazer uma estimativa POR BAIXO, muito por baixo, porque geralmente pagamos bem mais do que isso e fazemos mais tratamentos estéticos:

Roupa.............. ......... .......... ........... ........... .......... R$ 200,00

Lingerie.... ......... .......... ............ ........... ........ .........R$ 80,00

Maquiagem... ............ ............ ........ ......... ......... ....R$ 50,00

Sapato...... ........... ......... ......... ......... ....... .. ..........R$ 150,00

Depilação..... ......... ......... ......... ........... ....... ..... .....R$ 50,00

Mão e pé........... ............ ........ ........... .......... ...... ...R$ 15,00

Perfume..... .......... ........... ......... ......... ....... ... .......R$ 80,00

Pílula anticoncepcional. ......... ......... ...... ..............R$ 20,00

Ou seja, JOGANDO O VALOR BEM PARA BAIXO, gastamos, no barato, R$ 500,00 para sair com um Zé Ruela. Entendem porque eu bato o pé e digo que homem TEM QUE PAGAR O MOTEL? A gente gasta muito mais para sair com eles do que eles com a gente!



Por isto amigos, valorizem seu próximo encontro e aprendam um pouco mais, sobre este ser fantástico, chamado mulher.

E então, amigo? Ta assustado? Aumentou ainda mais o teu trauma e as tuas dúvidas? Mudou de idéia e, pra não arriscar, vai sair com o amigo, mesmo? Só uma coisa: cuidado para não desmarcar, né? Hehehe...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

PESSOAS PERFEITAS - Martha Medeiros

Eu sei que, daqui a pouco, este blog vai ser inteirinho da minha amiga Martha Medeiros, tantas são as postagens de sua autoria. Mas, o que posso fazer, se sou seu fã incondicional, e se concordo com cada linha que ela escreve? Vejam se tenho ou não razão:

Uma das coisas que fascinam na cidade de San Francisco é ela estar localizada sobre a falha de San Andreas, que provoca pequenos abalos sísmicos de vez em quando e grandes terremotos de tempos em tempos. Você está muito faceiro caminhando pela cidade, e de uma hora para outra pode perder o chão, ver tudo sair do lugar, ficar tontinho, tontinho. É pouco provável que vá acontecer justo quando você estiver lá, mas existe a possibilidade, e isso amedronta, mas, ao mesmo tempo excita, vai dizer que não? Assim também são as pessoas interessantes: TÊM FALHAS. Pessoas perfeitas são como Viena, uma cidade linda, limpa, onde tudo funciona e você quase morre de tédio. Pessoas, como cidades, não precisam ser excessivamente bonitas. É fundamental que tenham sinais de expressão no rosto, um nariz com personalidade, um vinco na testa que as caracterize. Pessoas, como cidades, precisam ser limpas, mas, não ao ponto de não possuírem máculas. É preciso suar na hora do cansaço, é preciso ter um cheiro próprio, uma camiseta velha para dormir, um jeans quase transparente de tanto que foi usado, um batom que escapou dos lábios depois de um beijo, um rímel que borrou um pouquinho quando você chorou. Pessoas, como cidades, têm que funcionar, mas não podem ser previsíveis. De vez em quando, sem abusar muito da licença, devem ser INSENSATAS, ligeiramente PASSIONAIS, demonstrar um CERTO DESATINO, ir contra alguns prognósticos, COMETER ERROS de julgamento e pedir desculpas depois, PEDIR DESCULPAS SEMPRE, para poder ter crédito e errar outra vez. Pessoas, como cidades, devem dar vontade de visitar, devem satisfazer nossa necessidade de viver momentos sublimes, devem ser calorosas, ser generosas e abrir suas portas, devem nos fazer querer voltar, porém não devem nos deixar 100% seguros, nunca. Uma pequena dose de apreensão e cuidado devem provocar. Nunca deve-se deixar os outros esquecerem que pessoas, assim como cidades,
têm RACHADURAS INTERNAS, portanto podem surpreender.
Falhas. Agradeça as suas, que é o que HUMANIZA você, e nos FASCINA.




SÓ O AMOR, NÃO SUSTENTA A RELAÇÃO - Artur da Távola

Aos que não casaram,

Aos que vão casar,

Aos que acabaram de casar,

Aos que pensam em se separar,

Aos que acabaram de se separar.

Aos que pensam em voltar...

Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja.

O AMOR É ÚNICO,

como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.

A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue,

A SEDUÇÃO

tem que ser ininterrupta...

Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança, acabamos por sepultar uma relação que poderia

SER ETERNA

Casaram. Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas.

Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes, nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada,

RESPEITO.

Agressões zero.

Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência... Amor só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura, para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver

BOM HUMOR

para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades.

Tem que saber levar.

Amar só é pouco.

Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas para pagar.

Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar.

Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar.

Entre casais que se unem , visando à longevidade do matrimônio, tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um.

Tem que haver confiança. Certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão.

E que amar "solamente", não basta.

Entre homens e mulheres que acham que

O AMOR É SÓ POESIA,

tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.

O amor é grande, mas não são dois.

Tem que saber se aquele amor faz bem ou não, se não fizer bem, não é amor. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência.

O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.


Um bom Amor aos que já têm!

Um bom encontro aos que procuram!

E felicidades a todos nós!


Texto de:

ARTUR DA TÁVOLA