Não penso
Não existo
Só assisto
Sentado, no banco
da praça de uma cidade qualquer
Assisto toda a
decadência
Até para me lembrar
que sou melhor
Cansado, vejo toda
a intolerância
Refletida no
espelho do que é pior
Pra fortalecer a
paciência que ainda resta em mim
Convivo com a
“distante” violência
Que mancha à minha
volta, tudo de carmim
Busco encontrar
pacificada, a minha paz
Que jaz enterrada,
lá no fundo do meu ser, toda vestida de cetim
Cínico raciocínio,
marra que comete latrocínio
Nem consigo mais
sentir
Não quero me ferir
e subo no altar
Para finalmente
descobrir que nem sei rezar
O avião que cai do
ar
Mergulha em
parafuso dentro do meu mar
Há tantas rimas que
eu nem uso
Estou confuso com o
meu olhar
No bilionário
estádio lotado, em estado vegetativo
Anestesiado, o
manifestante mudo bloqueia o cérebro, inativo
Como o elefante
surdo pisoteia o rato, ainda vivo
E balança o
teleférico que me leva aos céus
Onde Ele recebe de
braços abertos
Todos os incertos
sonhos meus
Nos breves
intervalos, propagandas indecentes
Impedem-me de
pensar
Percebo cidadãos
carentes
Mortos por
polícias, que os deviam proteger
Desperto distraído,
com letras displicentes
Numa tela de
notícias
Embalada como pão,
de global padrão
Que manipula a
massa (nada cinzenta)
Sentada, no banco
da praça de uma cidade qualquer
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